The Black Man

Primeiro, coloque no youtube e procure Madonna - Justify My Love. Eu poderia facilitar para você, mas a vida não é sempre assim.
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I want to know you

Not like that

Eu nunca admitiria aquilo, mas sentir o peso dele sobre mim era como conquistar o sol com as mãos. A pele negra retorcia, enquanto turbilhões de hormônios dominavam meu corpo e eu gritava de prazer. Seria erro meu? Encorajei, e no fim terminou daquela forma. Fechei meus olhos e deixei que meus pensamentos fluíssem pra fora de mim.

Não era muito normal essas coisas acontecerem na vida dela. Justo ela, uma garota qualquer, de um lugar qualquer, vivendo uma vida qualquer. Mas aconteceu. Aconteceu num por do sol. Ela estava sentada diante da janela ampla, sob a luz sutil alaranjada do sol, bebericando um chá. Um de seus pés sob a cadeira e o outro balançando, solto no ar, em completa liberdade. Vestia nada mais além de um trapo que insistentemente chamava de blusão, acompanhado de seus cabelos soltos e desarrumados. Nada disso a preocupava.

Curiosamente, e com um pouco de preguiça, desenvolvia uma conversa através de seu computador com Ele. Ele que era estranho, enigmático, surreal e extremamente excitante. Tinham se conhecido do mesmo jeito que conversavam naquele momento, e sentiam que precisavam um do outro. Nada sentimental. Eles não eram assim.

I’m not afraid of who you are. O que eu queria era transcendental. Não era apenas aquele prazer sensorial e intenso que saia de dentro do corpo dele e me preenchia, como se tivéssemos em um encaixe perfeito, de tão perfeito que o mundo havia parado por longos segundos. Senti a respiração no meu pescoço, e como imaginei, meus pelos eriçaram e arqueei para trás.

Hmmmmmmmmmmm.

Ela levantou de onde estava sentada e sentiu o vento tocar seu rosto. O que ela queria? Olhou para a tela e instantaneamente levou a mão para a coxa, e deslizou, suavemente, para onde palpitava sua vida, onde era quente, úmido e suspirou. O que ela queria?

I wanna kiss u in Paris. Deslizei minha mão sobre a coxa dele e percebi a alteração em sua respiração. Ele se inclinou e beijou meu pescoço. Sutilmente desci o zíper da calça e senti sua palpitação. Procurei seus olhos e suspirei quando ele sussurrou em meus ouvidos.
Ela tremeu, diante do sol que se punha.

Quando ele acabou, respirou fundo e se jogou ao meu lado. Mas eu ainda não estava satisfeita, ainda não era o que eu queria. O que eu queria? I’m open and ready. Fiquei ali, olhando para o corpo negro e forte ao meu lado, saciado e completamente indefeso. Eu não estava satisfeita. Não era o que eu queria. Não apenas o orgasmo, não era isso. Eu queria mais, queria mais saindo dele. Yearning, burning. Eu queria muito mais do que aquilo.

Toquei seu rosto e de leve, desci por seu peito, cheguei até sua coxa e com certa pressão o fiz ficar excitado de novo. Precisava daquilo, precisava entender o que eu queria. Ele acordou, sorrindo. What are you gonna do? Talk to me – tel me your dreams. Tentou me colocar por baixo, mas o segurei.

Ao lado dele havia a corda. A mesma que ele usou outro dia. Amarrei suas mãos na cabeceira, e quando estava bem preso, toquei meus lábios em seu peito e desci, com minhas mãos em sua cintura, senti o gosto quente e palpitante entre suas pernas. O que eu queria?

Ela tirou a mão dentre as pernas e suspirou. Ela teria coragem de fazer o que se passava na sua mente comum? Chacoalhou fervorosamente a cabeça, como se quisesse expulsar aqueles pensamentos, e espantar aquelas ideias.

Usarei uma corda. Dizia ele pelo computador. Amarrarei seus pulsos, e beberei de você inteira. Ela suspirava, enquanto em sua mente formava a ideia do momento. E por mais que chacoalhasse a cabeça, a ideia não sumia. O que eu queria?

Aceitou.

Tampei seus olhos com um pano, e além dos braços, amarrei os pés. Eu sabia o que tinha que fazer. Seria interessante, precisava daquilo, não precisava? Eanting, needning, waiting. Sentei sobre ele, que entrou com interessante facilidade, parecia que conhecia meu corpo. Mas eu ainda não o conhecia. Comecei a me mexer. Mas ainda não era o que eu queria. I’m hopin’ and ready.
Senti quando ele estava preste a explodir novamente, cada músculo contraindo e buscando o calor do meu corpo. Foi quando aconteceu, não sei como descobri coragem, mas aconteceu. Poor is the man. Ele não percebeu de onde veio, e com certeza não sabia para onde ia. Mas o corpo dele tremeu dentro de mim e debaixo de mim. Love me, that’s rirght, love me. Enquanto seu sangue escorria por entre minhas pernas, quente, palpitante, intenso. Era isso que eu queria? Era esse meu plano desde o princípio?
Meu corpo tremia, era o cosmo. Era o poder. Era o tesão. Meu corpo se mexia com maestria, era uma dança quente e sensual. Era incrível aquilo. Meu corpo se contraía, de novo e de novo e de novo. Foi o momento mais longo da noite, e ao mesmo tempo curto. Ele parou de se debater. Pronto. Relaxei.
Deixei meu corpo tombar ao seu lado, tirei sua venda a tempo de ver o último pensamento passar por seus olhos. Por que? Foi o que seus olhos gritaram. Sorri meigamente, e te beijei, pela primeira vez. Foi um beijo um pouco seco, mas foi sincero.
Naquele momento te amei. Será que você pode entender isso?
Adormeci.
Ela abriu os olhos e se assustou com o rumo dos seus pensamentos. Na tela do computador gritava a última mensagem dele. Fechou o computador sem responder onde? e foi para debaixo do chuveiro.
Sentiu a água quente sobre a pele, enquanto ao fundo aquela música continuava tocando.
Vestiu um shorts e caminhou até a cama.
Lá estava ele, ressonava levemente.
Os pensamentos já não pareciam tão complicados agora, e ela não precisava chacoalhar a cabeça. Bastava olhar para a respiração leve dele e chegar perto, perto o suficiente para beijá-lo, e deixar o bilhete, que dentro do coração, sem admitir, era um adeus.