Sobre ser profunda

Eu sempre me pergunto porque eu escrevo. e isso surge principalmente depois que eu leio grandes escritoras como Lya Luf (por quem acalento grande admiração), Lispector, Averbuck, Lisboa... entre tantas outras que me inspiram. Depois olho minhas próprias produções e me deparo com uma escrita ainda infantil, enlatada, estranha, esquisita, meio troncha, meio eu. É aí que encaro a fatalidade única: eu não sou profunda. Sou tão rasa que chega a ser transparente.

Que pobre.
Mas, por que?

Por que não consigo escrever grandiosamente? E quem diz o que é ou não grandioso? Quem é o responsável pelos rótulos? Alguém provavelmente diria que é falta de dom. Mas, sinceramente, escrever eu não acredito que seja dom divino ou coisa assim. É arte. E qualquer um pode fazer arte, não é? Não vivemos na contemporaneidade, num país de cultura livre e aberta? Abracemos as possibilidades!

Mas, infelizmente, mesmo podendo não significar que ficará bom. (E viva ao ditado!) Mas, quem mede o que é bom ou não? (voltei ao rótulo e sua questão). Quem foi que instaurou metas de qualidade? Para mim, reles mortal, escrever é escrever.

Quando se escreve, você dá vida a alguma coisa. Vida curta ou longa, miserável ou rica, entendiante ou não, isso ainda continua sendo de quem escreveu. É quem escreve que se responsabiliza pelo que escreveu? Acho que não é bem assim.

Pensa comigo: O Leitor. Esse sim. Ele Lê porque quer, nós escrevemos porque precisamos. Precisamos por para fora o que nos angustia, o que nos bloqueia, o que nos complica ou o que nos faz bem. E o leitor, bom, ele é responsável porque é ele que lê e interpreta do jeito dele. Ele sim é possuidor do poder!

Nós? Nós não temos culpa.

Bem, se eu ainda não sou profunda, o que sou?
Eu sou só alguém.
Alguém que inventei.

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1 comentários:

  1. Ótimo post! Muito boa a forma como escreves e suas divagações!...
    Bjins mil

    http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/

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